Com a chapa “As políticas de pesquisa e pós-graduação na área de Linguística e Literatura em um país de múltiplas fronteiras, múltiplas culturas, múltiplas língua(gens) e múltiplas identidades”, os professores Gerson Albuquerque e Shelton Lima de Souza, foram eleitos para a direção da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (Anpoll), respectivamente, nos cargos de Presidente e Secretário Geral. A eleição e posse ocorreu na noite da última quinta-feira (5/10), durante a Assembleia Geral que encerrou o 37º Enanpoll, congresso que reúne as coordenadoras e os coordenadores de Programas de Pós-Graduação da Área de Linguística e Literatura de todo o país e os coordenadores de Grupos de Trabalho da entidade. Além dos dois docentes da Ufac, também integram a nova diretoria as professoras Juciane Cavalheiro (UEA) e Renata Rolon (UEA), e os professores Allison Leão (UEA) e Fernando Simplício (Unir).

Essa eleição representa um marco de significativa importância para a Ufac e para as demais instituições dos integrantes da nova diretoria da Anpoll, especialmente, porque desde sua fundação, no ano de 1984, em quase quarenta anos de existência, essa é a primeira vez que a direção e encontros nacionais dessa entidade, que é uma das mais respeitadas organizações de promoção de discussões políticas no terreno da pesquisa científica e da pós-graduação no país, se deslocam para a região Norte. Dentre os integrantes da diretoria recém empossada, quatro atuam no Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagem e Identidade (PPGLI) da Ufac, indicando de modo significativo a inserção e o reconhecimento desse Programa em nível nacional. 

No cerne do plano de trabalho da diretoria que comandará os rumos da Anpoll no biênio 2023-2025 está a visão de que este é um momento propício para a inserção de espaços/tempos amazônicos na cartografia dos encontros, das reuniões, dos debates e das lutas da ANPOLL. Com isso, tem-se a possibilidade de colocar discentes e docentes de PPGs das instituições amazônicas em contatos e diálogos diretos com as principais pesquisadoras e pesquisadores da Área Linguística e Literatura em nível nacional, buscando a ampliação das arenas de debates sobre as diferentes espacialidades e temporalidades brasileiras e, especialmente, sobre as diferentes territorialidades, língua(gens) e narrativas amazônicas, tecidas por sujeitas e por sujeitos indígenas e não indígenas com diferentes modos de existências.

Mais que isso, a nova diretoria assume o desafio de envidar esforços  para a produção de políticas de pesquisa e de pós-graduação que contribuam para a plena consolidação dos PPGs da área, sobretudo, em instituições que estão fora do eixo das principais capitais brasileiras, a exemplo das universidades amazônicas, constituídas por pesquisadoras e por pesquisadores que produzem estudos de significativa importância para a comunidade científica nacional e internacional, não obstante às inúmeras assimetrias presentes no território nacional. A proposta central é pensar políticas de pesquisa e de pós-graduação que, sem deixar de valorizar os aspectos positivos e os avanços obtidos pelos PPGs da Área de Linguística e Literatura nos diferentes estados da federação brasileira (tendo como espelho os programas consolidados que ocupam os estratos superiores no sistema de avaliação da CAPES), procurem tecer intercâmbios e partilhas pelas margens transfronteiriças com a intenção de problematizar noções de internacionalização que ignoram a dimensão continental  do país e, principalmente, as existências, as língua(gens) e as culturas de milhares de mulheres, de crianças e de homens de diferentes povos indígenas que vivem no território nacional (a maior parte deles nas Amazônias) e de grupos de pessoas não indígenas – inclusive pessoas surdas com suas diferentes línguas de sinais – que se constituem como sujeitas e como sujeitos com vivências diretamente relacionadas às Amazônias e a outros espaços/tempos brasileiros e sul-americanos.

PROFESSORES UFAC SÃO ELEITOS PARA A DIREÇÃO DA ANPOLL