Hoje, dia 10 de janeiro, o Reitor da UERJ, Ruy Garcia Marques, a Vice-reitora, Maria Georgina Muniz Washington, com o apoio de seis ex-reitores da Universidade, publicaram uma carta aberta de grande relevância, dirigida ao governador Luiz Fernando Pezão. Reproduzimos a carta nesta postagem. Por favor, compartilhem ao máximo o seu conteúdo, pois se trata de uma fundamental declaração de princípios.

A Diretoria da ABRALIC aproveita a ocasião para expressar seu total apoio à luta da UERJ, isto é, seu total compromisso com a defesa intransigente do sistema público de ensino. Por isso, a ABRALIC repudia com veemência qualquer retrocesso no investimento das áreas estratégicas da educação, saúde, cultura e pesquisa. Tais cortes representam um inaceitável golpe contra o futuro do país.
A Diretoria da ABRALIC reitera sua total confiança na liderança do Reitor, Ruy Garcia Marques, e da Vice-reitora, Maria Georgina Muniz Washington. Por isso, o XV Congresso Internacional da ABRALIC está confirmado e ocorrerá na UERJ. Temos um encontro marcado para reunir forças e denunciar o desatino e o desacerto dos que não entendem a centralidade da Universidade do Estado do Rio de Janeiro para o desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro.
Encontro marcado: de 7 a 11 de agosto de 2017, milhares de professores e professoras, pesquisadoras e pesquisadores, alunas e alunos estarão reunidos para resistir e também para celebrar nossa capacidade de proferir um não rotundo a toda tentativa de desmontar o sistema público de ensino.
Viva a UERJ! Viva a Universidade Pública!
A DIRETORIA (BIÊNIO 2016-2017)
Prof. Dr. João Cezar de Castro Rocha – UERJ
Presidente
Profa. Dra. Maria Elizabeth Chaves de Mello – UFF
Vice-Presidente
Profa. Dra. Elena C. Palmero González – UFRJ
Primeira Secretária
Prof. Dr. Alexandre Montaury – PUC-Rio
Segundo Secretário
Prof. Dr. Marcus Vinícius Nogueira Soares – UERJ
Primeiro Tesoureiro
Prof. Dr. Johannes Kretschmer – UFF
Segundo Tesoureiro
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A Uerj e o Futuro do Rio de Janeiro
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), ao longo das suas mais de seis décadas de existência, cresceu e firmou-se como uma das principais universidades do País. Atualmente, éa 11ª colocada em qualidade entre as 195 universidades brasileiras, segundo o ranking da Times Higher Education de 2016, e a 20ª entre todas as universidades da América Latina.
Quando se considera o item “inserção de seus alunos no mercado de trabalho”, a Uerj ocupa o 8º lugar e, no item “produção científica”, ela é a 9ª, segundo o ranking das universidades brasileiras da Folha de São Paulo.
São cerca de 35 mil alunos em seus cursos de graduação, nas modalidades presencial e de ensino a distância, mais de 4 mil em cursos de mestrado e doutorado, cerca de 2 mil em cursos de especialização e 1,1 mil nos ensinos fundamental e médio (Instituto de Aplicação – CAp-Uerj). Além do Campus Maracanã, dispõe-se em 13 unidades externas, constituindo seis campi regionais espalhados pelo Estado do Rio de Janeiro, colaborando com seu desenvolvimento regional.
São também da Uerj unidades de saúde, como o Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), a Policlínica Piquet Carneiro (PPC) e a Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI), esta última um importante projeto de extensão, com várias premiações internacionais.
O HUPE é um dos maiores e melhores hospitais do Rio, com mais de 500 leitos, 10.000 internações/ano e mais de 180.000 consultas ambulatoriais especializadas/ano. A PPC é responsável por mais de 200.000 consultas/ano e cerca de 8.000 cirurgias ambulatoriais/ano.
Fica clara, portanto, a importância da Uerj no cenário educacional de nosso Estado, bem como seu impacto positivo para a nossa economia, preparando recursos humanos muito qualificados para as áreas da indústria, da tecnologia, do comércio, da educação, da saúde e da pesquisa avançada. Um sem-número de nossos alunos tornam-se inovadores e empreendedores, gerando empregos e riquezas para o Rio de Janeiro.
Todos sabemos que a criação de novas indústrias no Rio de Janeiro é um ambicioso projeto de nossos governantes. Como elas poderão se instalar e continuar a oferecer empregos, sem a geração da mão de obra necessária? Como produzirão renda, sem a capacidade instalada laboratorial necessária para gerar inovação? Como produziremos riqueza, sem o conhecimento?
Não há progresso sem educação! São senhores do tempo aqueles que elegem a educação como prioridade, ninguém mais duvida disso.
Foram tempos difíceis aqueles em que a educação não era considerada um direito. Árduos tempos em que se tenta a efetivação do direito à educação em todos os níveis.
Há anos, um enorme esforço tem sido exigido por nossa sociedade nesse sentido. O esforço de um batalhão de operários da educação, em todos os níveis, tem sido recompensado por instituições educacionais mais pujantes para abraçar os ideais de uma sociedade justa e fraterna. 
Entretanto, a Uerj está sendo sucateada, numa absoluta falta de visão estratégica por parte dos governantes do nosso Estado, a quem incumbe o financiamento de uma universidade pública e inclusiva como a nossa.
Desprezar o ensino superior, a pós-graduação e a pesquisa é apostar na miséria, na violência e num futuro sem perspectivas positivas.
Forçar o fechamento da Uerj é não pensar no futuro de nosso estado e de nosso país.
A Uerj e o Estado são perenes, os governantes não.
Ruy Garcia Marques – Reitor 
Maria Georgina Muniz Washington – Vice-reitora
Com o apoio de ex-reitores da Uerj: Ivo Barbieri, Hésio Cordeiro, Antonio Celso Alves Pereira, Nilcea Freire, Nival Nunes de Almeida, Ricardo Vieiralves de Castro
NOTA OFICIAL DA DIRETORIA DA ABRALIC SOBRE A SITUAÇÃO DA UERJ